Existe um consenso atualmente que a linha suburbana é imutável e que serve basicamente para separar o município de Lisboa (o urbano) dos restantes da Área Metropolitana (os subúrbios). Essa visão está espelhada no mapa de 2014 do Metropolitano de Lisboa:
Os limites entre as duas coroas, L para urbano e 1 para suburbano, corresponde à fronteira administrativa do município de Lisboa. Contudo, se recuarmos um pouco mais de 40 anos, quando ainda se estava a formar a metrópole, já o conceito de urbano / suburbano existia dentro do próprio município de Lisboa como demonstra o mapa da rede do principal meio de transporte na altura, os eléctricos da Carris:
Para a Carris em 1971 os subúrbios começavam a partir do arco formado por Alcântara, Praça de Espanha, Areeiro e Xabregas. Ou seja, os bairros lisboetas suburbanos das zonas de Benfica, Lumiar, Telheiras, Carnide, Ajuda ou Olivais viram a sua condição mudar para urbanos apenas posteriormente. Isto demonstra que a divisão urbano suburbano é uma decisão puramente política e administrativa.
Ao analisarmos a fronteira atual depara-se com situações como a linha entre a Amadora e Lisboa onde não existem fundamentos urbanísticos para realizar qualquer divisão:
Portanto, as fronteiras urbano suburbano não refletem a realidade da área metropolitana de Lisboa e como tal exigem uma redefinição política das mesmas para passar a incluir territórios dos municípios da Amadora, Oeiras, Sintra, Odivelas e Loures:
A amarelo encontra-se a fronteira de 1971, a verde a de 2014 e a laranja a proposta de uma nova fronteira: o arco entre Sacavém, Loures, Casal de Cambra, Belas, Massamá e Cruz Quebrada.
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