O uso do burquíni foi proibido em Cannes e Villeneuve-Loubet, na Côte d'Azur, e em Sisco, na Córsega. Outros municípios do país, como na costa norte da França, anunciaram desejar aprovar medidas idênticas. A polémica agravou-se depois de se ter verificado uma violenta rixa em Sisco, na ilha da Córsega, entre famílias de origem magrebina e outros residentes hostis ao burquíni, que algumas mulheres muçulmanas vestiam numa praia. "Querem que fiquemos invisíveis", disse uma mulher com véu aos jornalistas, em Nice, onde a 14 de julho de 2016 um radical islâmico cometeu (com um camião) uma das mais atrozes chacinas de que há memória no Ocidente: 84 mortos e dezenas de feridos.
Nos EUA durante a segunda guerra, restaurantes japoneses eram fechados por representarem culturalmente o inimigo. A coca-cola e outras referências capitalistas eram fortemente restringidas na URSS. A história está cheia de civilizações que tentam proibir ou afastar do público símbolos do inimigo cultural. É assim que deve ser interpretado a proibição do burqini. Por isso fazem pouco sentido os paralelos com fatos de surfistas ou com freiras. O burqini e o fato de surfista podem ser semelhantes no que tapam mas não no que representam. E é no que representam e na forma como os outros o vêem é que está o problema. Com as devidas distâncias ir de burqini a uma praia de Nice causará o mesmo impacto nos presentes, tendo em conta as devidas proporções, que entrar numa sinagoga com uma suástica tatuada. É apenas por aqui que deveremos entender esta proibição.
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