A propósito da imigração, os governos europeus insistem em imaginar indivíduos e famílias que, uma vez nos novos países, adoptariam a sua língua e costumes: em poucas décadas, os jovens sírios seriam alemães de meia idade. Esta perspectiva é um resquício do etnocentrismo colonial. Os imigrantes não são uma simples matéria-prima humana para compensar o declínio demográfico europeu. Trazem a sua história e os seus valores.
Os cristãos do Médio Oriente, que representam a mais antiga das cristandades, não estão a extinguir-se "naturalmente". No princípio do século XX, apesar de séculos de discriminação e repressão islâmica, cerca de um quinto das populações do Médio Oriente ainda eram cristãs. No Egipto e na Síria de hoje, aliás, continuam a ser 10%. É essa heterogeneidade cultural e étnica que está a ser eliminada por repetidos apelos à jihad. Primeiro, houve o genocídio dos cristãos arménios (1,5 milhões de mortos) e assírios. Depois, a matança e a expulsão dos cristãos gregos (700 000 mortos e 1 milhão de refugiados). Os jihadistas de hoje propõem-se completar essa limpeza. A perseguição e o massacre das comunidades cristãs do Médio Oriente e do norte de África é uma das grandes tragédias do nosso tempo. A Europa, no entanto, parece indiferente. As elites europeias, com o seu desinteresse pelo destino da cristandade oriental, admitem que o multiculturalismo está condenado no Médio Oriente. Porque pensam então que terá futuro na Europa?
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