A visão cristã de que o homem nasceria imperfeito, mas poderia e deveria buscar pessoalmente a perfeição foi primeiramente questionada e depois trocada pela visão romântica de que o homem nascia naturalmente bom, mas era corrompido e transformado em mau por viver numa sociedade má. (Theodore Dalrymple)
Nos finais de 1960 alguns intelectuais marxistas franceses foram ainda mais longe. Derrotadas as suas ideias na União Soviética, desviaram o foco das classes trabalhadoras para as divisões étnicas da sociedade, criando assim o cultural-marxismo. Mais uma vez, o mesmo não procura a igualdade de oportunidades, mas sim a igualdade de resultados. Como Noam Chomsky formulou: A engenharia social do Estado-providência procura anular a meritocracia, processo em que o conhecimento e a capacidade técnica conferem poder; a mesma é vista como uma ideologia egoísta de uma elite meritocrática que como Marx explicou, "define as condições especiais da sua emancipação como as únicas condições gerais capazes de salvar a sociedade moderna".
Em Portugal, Catarina Marcelino, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, diz que "temos uma base cultural que precisa de uma intervenção grande, uma sociedade machista que é preciso mudar". Como não pode entrar na casa de cada português para mudar mentalidades e derrubar estereótipos de género, a secretária de Estado arranjou uma chave alternativa: a introdução da Educação para a cidadania nos currículos do ensino público desde o pré-escolar. Catarina Marcelino vê esta alteração curricular como o motor de ignição de uma catadupa de mudanças estruturais na sociedade portuguesa a longo prazo. "A escola pública forma pessoas, e formar pessoas não é só ensinar matemática. A igualdade de género vai influenciar o combate à violência doméstica porque deixam de existir desigualdades nas relações de poder. Daqui a dez anos já haverá efeitos sociais positivos", acredita a secretária de Estado.
Saldanha, Lisboa |
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