[crítica do livro Por Quem os Sinos Dobram (1940), de Ernest Hemingway, publicado por Livros do Brasil (2016)]
"Um vento tépido aquecia os ombros de Robert Jordan. A neve derretia-se rapidamente enquanto almoçavam. Vieram duas grandes sanduíches de carne e uma boa fatia de queijo de cabra para cada um, e Robert Jordan tinha cortado com a navalha grossas fatias de cebola que pusera de cada lado da carne e do queijo entre os pedaços de pão. Nunca tivera tanta fome. Encheu a boca de vinho, ao qual o couro dava um vago gosto de alcatrão; o couro tocava as agulhas de pinho da camuflagem e ele inclinava a cabeça entre os ramos do pinheiro para beber melhor. Pensou então, 'Vivi toda a experiência da minha vida nos três dias que estive nestas montanhas. Anselmo é o meu mais velho amigo. Agustín, com o seu palavreado imundo, é o meu irmão. E nunca tive irmãos. Maria é o meu amor verdadeiro e a minha mulher. E nunca tive um amor verdadeiro. Nem tive mulher.'" Nas montanhas da Espanha Fascista ocupadas por guerrilheiros Republicanos, cabe toda a Humanidade, passada e futura.
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