[crítica do livro A Ideologia Afrocentrista à Conquista da História (2020), de François-Xavier Fauvelle, publicado pela Guerra & Paz]
Originalmente publicado em 2009, o ensaio de François-Xavier Fauvelle sobre a ideologia Afrocentrista é, em 2020, ainda mais relevante. O Afrocentrismo coloca a nação Negra no centro da Humanidade e sua História, mesmo que para isso tenha de rescrever a mesma à sua imagem, como a invenção de um Egipto Negro. Alicerçada nas instituições dos EUA, que lhe conferem legitimidade e recursos, os Afrocentristas americanos pretendem exportar a sua nação negra para todo o mundo, incluindo África. As suas motivações não são universalistas ou humanistas, pelo contrário, são comunitaristas e segregacionistas, um nacionalismo de base étnico-racial. Fauvelle reconheceu nas recentes comunidades criadas na Internet uma base para a sua expansão, mas nem ele previu que em 2020 o complexo industrial de entretenimento e cultura dos EUA iria espalhar-se por todo o mundo via as produções da Netflix, Twitter, New York Times, The Atlantic, YouTube, Facebook, Disney, etc, e que com elas o Afrocentrismo ganhou ainda mais projeção e pujança: algo que acontece a um cidadão negro nos EUA leva agora a cidadãos (brancos) na Europa a ajoelharem-se poucos dias depois. Este ensaio pretendia alertar para esta corrente de supremacia racial que estava a crescer e, uma década depois, podemos dizer que está mais forte que nunca. Irá o Afrocentrismo definitivamente se estabelecer como uma ideologia maioritária e dominante no Ocidente?
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